Caminho pelas Estrelas

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Odenir Ferro Poema: Os sons das chuvas Autor: Odenir Ferro


Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Odenir Ferro

Os sons das chuvas
Dentro dos aromas extraídos
Da terra lavada,
Encantam-se os sons da chuva.
E os sons da chuva
Renovam-se. Aos aromas
Das terras lavadas…
… E das terras lavradas…
As gotículas chuviscadas…
Chuviscadas pensativas gotículas são. Escorrendo-se
Toda, pelos percursos dos amores vividos, existentes,
E existidos… Viventes… Existidos, existentes,
Silenciados, ou gritantes…
Imortais! (Pois que somos todos, perante Deus, imortais…!)
Transcendendo-se aos barulhos do todo, de nós,
Dentro dos confusos nós de nós. Todos…
…Parecendo-se todos! Os tais, quais, iguais:
Desejando, querendo descompromissarem-se de si mesmos, e
Pegarem “rabeiras” nos farfalhos das asas,
Quando os Anjos abençoam as águas e as terras.
Celebrando as vidas
Com os cânticos celestiais…
Entoados juntos, conosco, e
Aos burburinhos dos riachos!
A encantadora lua e as estrelas
Estão adormecidas na densidade
Dramática destas noites escuras…
Enquanto que a solidão é tácita. E
Os aconchegos e os desassossegos
Se aninham com os respingos da chuva.
Agora, caindo-se pelas vidraças.
Enquanto o cãozinho Scooby
Adormece sonhador e tranquilo,
Babando. Na almofada
Junto à soleira da porta.
Na entrada de casa.

Odenir Ferro (São Paulo, 1990). Escritor, poeta e Embaixador Universal da Paz.

Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Odenir Ferro

Os sons das chuvas
Dentro dos aromas extraídos
Da terra lavada,
Encantam-se os sons da chuva.
E os sons da chuva
Renovam-se. Aos aromas
Das terras lavadas…
… E das terras lavradas…
As gotículas chuviscadas…
Chuviscadas pensativas gotículas são. Escorrendo-se
Toda, pelos percursos dos amores vividos, existentes,
E existidos… Viventes… Existidos, existentes,
Silenciados, ou gritantes…
Imortais! (Pois que somos todos, perante Deus, imortais…!)
Transcendendo-se aos barulhos do todo, de nós,
Dentro dos confusos nós de nós. Todos…
…Parecendo-se todos! Os tais, quais, iguais:
Desejando, querendo descompromissarem-se de si mesmos, e
Pegarem “rabeiras” nos farfalhos das asas,
Quando os Anjos abençoam as águas e as terras.
Celebrando as vidas
Com os cânticos celestiais…
Entoados juntos, conosco, e
Aos burburinhos dos riachos!
A encantadora lua e as estrelas
Estão adormecidas na densidade
Dramática destas noites escuras…
Enquanto que a solidão é tácita. E
Os aconchegos e os desassossegos
Se aninham com os respingos da chuva.
Agora, caindo-se pelas vidraças.
Enquanto o cãozinho Scooby
Adormece sonhador e tranquilo,
Babando. Na almofada
Junto à soleira da porta.
Na entrada de casa.

Odenir Ferro (São Paulo, 1990). Escritor, poeta e Embaixador Universal da Paz.
Posted by:Souza Pereira
Souza Pereira (Recife, 1994). Escritor e Editor chefe da Revista Philos. Biomédico e Mestre em Genética pela Universidade Federal de Pernambuco. Cursou História crítica e social do pensamento, da literatura e das Artes (Portugal). É co-fundador da casa editorial Camará Cartonera e do Espaço Cultural Maus Hábitos (Brasil). Autor dos livros A tarde dos elefantes e outros contos (2014), Polissemia (2015) e Olhos de Onda (2016). Artista visual e colaborador do Espacio Cultural Violeta (Chile) e do Colóquio Escrever nas Margens (Portugal). Colabora com diversas revistas de literatura latina na Europa e América Latina.

One thought on “Neolatina: Mostra de poesia lusófona, por Odenir Ferro