Poema: LÂMINA GRAVE
Autor: Odenir Ferro
Nos melódicos ares, ou nos deprimidos vãos
As palavras movem-se, articulando os sons!
E nas ondas do viver, a gente não é feliz!
Apenas nos enfeitamos de felicidade
Criando forças por onde a sabedoria vive
Enamorando-se da livre arte pulsante
Que corre pelas silenciosas veias
Das emoções vibrantes que saem
Dos radiantes sonhos de luz,
Ativando as amorosas forças
Que moram na vida clamante
Do ego dos corações...
Amando, sonhando, acreditando,
Vamos brincar de fazer de conta...
Até nos fantasiarmos de cores e sons,
Sentindo o coração pulsar e, pulsando,
Crermos que o amor realmente existe!
Amor e felicidade é o verbo em ação,
Nos movimentos onde as palavras
Se fizeram carne pelo Verbo,
E a carne somos nós!
Somos o Verbo em ação,
As palavras somos nós,
E amor e felicidade é
A busca da nossa razão
Violência é lâmina grave, suja e cega
Ferindo inconsequente sem justificar
O Verbo e as belezas das suas ações,
Ao provocar em nós, a ira e a dor
Pelos seus movimentos contrários!
A violência massacra, pune e dói
O sofrido pulsar dos corações
Dos desajustados filhos,
Dos intranquilos pais,
Das oprimidas mães!
Das deprimidas Nações,
De liberdades cerceadas
Por cercanias de guerras
Onde todos os confrontos são:
Religiosos, políticos, étnicos e morais!
Comportamentais, assim como todos os ais
Mesmo os normais, mesmo os naturais!
Fazendo com que seja a vida,
Justificada cada vez mais,
Por atos banais.