Poema: VOU, CAMINHEIRO SENSITIVO,
Autor: Odenir Ferro
Autor: Odenir Ferro
Quando pensamos que já nos acomodamos, nos acostumamos,
Nos ajeitamos, nos fartamos, nos realizamos, enfim... Dizemos:
Alheios ou submissos, íntegros, disperssos, ou apenas relapsos:
- Creio que seja isto tudo a minha vida dentro deste Todo!...
Então, não, surpresos, redescobrimos as nossas intermináveis,
Inalienáveis fronteiras. Que vão muito mais além do que nós
Próprios imaginávamos... O Amor percorre muitas almas,
Ele é elétrico, é magnético, é atemporal, e não se submete
As regras pequenas. Pequenos, estáticos, somos nós, às vezes!
Vou assim sentindo e vivenciando as doçuras e as dores da minh'alma...
Aconchegando-me com os meus indiscretos sorrisos, pois, é inegável,
Eu estou muito feliz! Mesmo que disfarçasse apertando os meus lábios,
Os meus olhos me trairiam, pois lacrimejantes, desnudariam o meu coração
Colocando minha alma nua em pelo; para mostrar os mistérios das minhas paixões!
Saber que sigo, que vou e volto como as ondas dos mares, que sentem e que se sintetisam-se nas suas
Composições metafísicas, as alquímicas concordâncias com os ventos assoprando
Nas areias dos Continentes, as maresias, os sonhos, as ilusões e as desilusões daqueles que amam...
Vou, caminheiro sensitivo, assim como os viandantes mares despojando-se das vaidades
Para perpetuar-se na sublimação maior deste Amor que é insosso, inodoro, incolor, mas, muito embora, abrasivo
Abrangente, envolvendo-se com todas as nuanças das químicas que se entrelaçam
Buscando as coerencias fluentes do sentido da vida, enquanto caminhamos rumo
Ao infinito, ao encontro deste mistério que é a perpetualidade da existência!