Raphael:
The Transfiguration
oil on panel, 1516-1520
Pinacoteca Apostolica, Vatican City
Poema: AS CORES ATEMPORAIS
Autor: Odenir Ferro
Muitas vezes, na constância do meu seguir dimensionando
Os espaços lineares dentro da busca do meu sentido de ver
Sentir, ser, ter, viver, vou criando e recriando ininterrupto,
Os entrelaçamentos dos meus escritos no curso do meu tempo.
Vivenciando este meu tempo dentro da integralidade do Tempo...
Este meu tempo visceral que vai conjugando-se nas mais sublimes
Sutilezas dos focos instantâneos dos meus momentos em que sou
A pulsação vital buscando toda a minha integralidade na existência
Que se desperta em mim a cada instante, deixando os muitos registro
Atuantes dentro do sentido vivido desta atemporalidade que se incorpora
Em todas as nervuras do meu eu, fazendo-me vibrar na integralidade da vida!
E tudo é tão real, dentro das sensações mais abstrativas que me acolhe
Como se fosse uma flor se abrindo, de tão palpáveis que se me mostra
Dentro da fragrância pura de uma liberdade esplêndida, em coloridos
Tons de realidade nítida, vivida e de tão lúcida e coerente que se vem
Desnudar-se diante dos meus sentidos; procriando e recriando o amor
Que pulsa da realidade do meu ser e que se mostra naturalmente livre,
Em torno e dentro dos meus sentidos. E o meu intenso viver espiritual
Se mostra luzente e eterno; límpido e claro, como se fosse a luz do sol,
Jorrando os seus faiscantes brilho em cascatas douradas de belos raios
Caindo num jorro faiscante e ininterrupto em águas límpidas, remansas!
A a minha interatividade com os contornos mais ásperos ou mais suaves
Do mundo real ou virtual, vai harmonizando-se em minha volta.
De forma coerente, plena e perfeitamente condizente,
Com a realidade do meu mundo interior.
Tudo se torna um magnífico instantâneo fotográfico,
Ou uma tela projetada e ainda não pintada, pois que
O seu foco dispensa as tintas da Arte imitando a Vida;
E o branco se desenha e se colore com as difusas cores
Das tintas atemporais registradas na diáfana metafísica
Agente e reagente aos percursos infinitos do Universo!
Aonde as composições abstrativas são transcendentais.
Redimensionando as pluralidades de qualquer Natureza,
Sejam elas, conhecidas ou não, de nós. Pois as composições
Atemporais se registram numa imparcialidade não pertencente
A nenhum dos Reinos que até agora conhecemos; e muito menos,
Das dimensões que compreendemos... Nesta profundidade atemporal
Brotando deste Sublime Amor que somente apenas, intuímos O sabermos!