ENSAIO: TOQUE DE ESTILO ( OS GENES DOS DONS )
AUTOR: ODENIR FERROSinto que estou com algum excesso de informações na cabeça.
Preciso fazer alguma catarse. Desejo transmutar meus ciclos de pensar e sentir a vida. Quero respirar mais calmo, sossegado e reencontrar-me com os valores emocionais que inspiram-me a escrever poesias.
Valores que na realidade, nunca se esgotam e nem me esgotam. Nunca saem de dentro de mim. Pois são valores de estados emocionais que vibram no meu interior e que gosto muito de sentir e vivenciar.
Mas não gosto de sentir-me assim, como estou hoje ( final de janeiro/2008) .
Racional demais numa ora, e noutra emocional ao estremo, sem ter condições de agir ou reagir diante dos aspéctos que a realidade nos impõe a cada novo momento para que possamos equacionar os problemas do dia-a-dia.
Procuro buscar a certeza dos fatos que estão gerados dentro de mim, fora de mim. Muitas vezes até, nos aspéctos emocionais como perto de mim, se apresentam os outros.
Que estão vivendo numa sintonia de realidade interna que não condiz com a minha.
Tento achar um ponto de equilíbrio, focando a minha lucidez clara, objetiva, diante da minha realidade emocional atual, que é sempre mutante.
Procuro ir organizando o meu intelecto, equilibrando-o dentro da balança que gera a estabilidade entre o raciocínio lógico, real e prático, com o intelecto onírico, onde permeiam-se as minhas mais inusitadas emoções que percorrem os estágios criativos dos meus épicos, líricos, românticos, poéticos!...
Um escritor tem a habilidade de transcrever, de narrar, através dos genes dos dons.
Muitas vezes, direta ou indiretamente, formar, formular, reformar, revigorar até, um conceito individual, um conceito em conjunto, ou todo um quadro social.
O escritor carrega dentro de si as ferramentas necessárias para ir dando o toque final com realces pessoais, em tudo o que fica no substrato social, no subscrito pessoal, no paralelo, nas entrelinhas, quando ele, com habilidade e sensibilidade, retrata e imprime e exprime e expressa em plavras, as emoções contidas num determinado episódio de um quadro social.
Mas, dentro deste contexto social, retratar, argumentar, criar, uma poesia, torna-se algo bem mais e mais complexo; é necessário criar-se uma profusão de sentimentos vividos em várias sintonias emocionais, formando uma visão geral, no tocante aos aspéctosl emocionais existenciais daquela determinada passagem real de uma vida, onde o escritor, com extremada inspiração e habilidade emocional, repassa esta realidade para as páginas escritas, registrando as impressões obtidas daquele momento do mundo real, para o onírico, o etéreo, o clássico, o virtual.
Esta passagem da vida real para as páginas impressas ganham forças através da habilidade do escritor, ao sentir onde gerou o início do enredo motivado pelo desencadear de uma ou várias ações que acarretaram numa realidade histórica o que passou para a história ao ficar impresso através do registro literário do escritor, aquele momente daquele determinado quadro social.
Escrever é um ato altamente Político!
E o que é melhor e real, é muitas vezes politicamente correto por excelência, pois o escritor registra em palavras as virtudes essenciais e motivacionais contidas no interior versátil da sua alma.
Escrever é a ação vibracional dos Registro de Vida que desencadeia o cotidiano da Humanidade perante o viver.
Não há espaço para argumentar a razão e a emoção, dentro do desencadear duma lógica contida no ato da essência da sobrevivência.
Essa simples atitude que geramos dentro de nós em relação para com o ato de viver em si, já se torna, automaticamente, um ato político. Pois estamos criando dentro de nós as ferramentas e condições internas para gerarmos as argumentações necessárias para guerrearmos a nossa própria e individual sobrevivência.
Um escritor tem a habilidade de transcrever algo quando esse algo é real, fictício ou fantástico. Essa habilidade é a Arte de narrar algo através da sua própria visão formada em relação a alguma coisa ou um conjunto de coisas. Mudando, a partir do seu ponto de vista cultural, ou da sua própria imaginação, o muito ou apenas um pouco, da realidade dos fatos. Podendo ser essa mudança de ordem sequencial no tocante a cronologia de uma determinada história, ou de um determinado acontecimento.
Esse transcrever a que me refiro são as capacidades que um escritor tem de escrever ou reescrever algo, ou recontar uma determinada história, ou criar a sua pessoal estória, a partir da sua própria imaginação.
E não reescrever ou transcrever, repassando algo, que já fora escrito num determinado momento anterior, pou um outro escritor.
Desta forma, vai o escritor que tem talento, procurando desvendar dentro de si, os genes dos dons, ao ir lapidando a pedra bruta já lascada da sabedoria existente e patente dentro dos mistérios da Criação.
Sabedoria essa que está concentrada dentro dos gens encarregados de elaborar os fatores artísticos, estilísticos e estéticos da elaboração e criação da trama, onde o drama poderá ser fictício ou inspirado na vida real.
Desta forma desenvolve-se dentro do imaginário individual do escritor, a princípio, para depois fixar-se no imaginário coletivo, o enredo da trama que comporá na íntegra ou numa parte ou num ângulo apenas, a história ou a estória que o escritor se propuser a criar, idealizar ou reorganizá-la, filtrando-a e cobrindo-a de puro lirismo, com o toque de estilo obtido através das suas emoções e impressões registradas no seu intelecto pessoal.
Odenir Ferro