Caminho pelas Estrelas

sábado, 16 de junho de 2007

RAZÃO INDIVIDUAL

Crônica: RAZÃO INDIVIDUAL
Autoria: Odenir Ferro

Muitas e muitas vezes, não raro, quase que frequente, eu gosto de ocultar-me da movimentação do cotidiano. Não raramente, gosto até de ausentar-me das facetas geradas por mim mesmo, abstraindo assim, a minh'alma nas minúcias dos pequenos detalhes que compõem as dimensões da natureza da vida dentro do meu ato contínuo de viver, nessa força quase desconhecida e indecífrável que carrega dentro de nós um pulsante paradigma que nos vem emanado da luz do incógnito que nos rodeia permeando as feses cognitivas entremeadas pelas ações dos nossos mais comuns pensamentos, até os mais complexos sentimentos que sofremos ou saboreamos dentro de nós, muitas e muitas vezes em conjunto social ou então muitas e muitas outras tantas vezes, dentro da nossa própria e íntima razão individual.
É por isso que digo que não raramente, gosto de saborerar da qualidade de vida que gera um perfume carismático e enigmático que é o ato de ficar só, querendo absorver-me, sulcar e sugar-me por dentro, querendo descobrir-me dentro dos labirintos que formam as entranhas desconhecidas e conhecidas da minh'alma!
Em alguns momentos que são assim, tão intimamente meus, às vezes, até faço uma pantomima:
-Eu me ensaboo muito bem minhas mãos com sabonete, na pia do banheiro. Depois, com a espuma bem branca e cheia, faço uma máscara, ao passar suavemente minhas mãos pelo meu rosto, deixando somente os meus olhos e a minha boca, à mostra!
-Ao ficar por algum tempo assim, acabo por me sentir um certo alívio que traz-me um frescor e um individual tão íntimo silêncio que sai de dentro de mim, e que somente eu mesmo é que posso codificá-lo e traduzí-lo pra dentro das minhas memórias... Pois somente eu, tão somente eu, posso ouví-lo dentro do abstraido silêncio emanado de dentro das profundezas da paz existente dentro de mim!...
-Depois, então me lavo, retiro a máscara e me componho e recomponho com as minhas antigas e novas máscaras, dentro do meu eu verdadeiro, o que externalizo para fora de mim. Depois, no rítmo da vida, sempre que preciso vou pondo outra, depois mais outra, mais uma outra nova que às vezes, associo-a com uma outra antiga... Assim, sucessivamente, vou caminhando pela vida, sempre verdadeiro e íntegro de mim!
Até que chega de novo uma outra apropriada hora, em que então, desnudo-me novamente de mim mesmo, para então recompor-me dentro do meu eterno e individual momento de interno silêncio!
Assim sou eu, dentro de um pouco do muito profundo que há no poço infinito onde sempre me inovo e me extraio de dentro da alma que habita em mim! Sou assim, porque amo a mim mesmo e amo muito mais o meu próximo e o meu ato de viver sem si! Sou o grande personagem de mim mesmo, aparando as minhas arestas, para da brilho da minha Luz interior, para poder sempre dividí-la com a Humanidade!
Sempre crio e sempre retiro as minhas máscaras sociais, para recompor-me diante delas e com elas poder visualizar-me dentro do incógnito e gigantesco espelho que move a Ciranda da Vida, compondo-a dentro de um imenso Carrossel que vive a bailar a eterna valsa do Amor sem fim!

RESISTENTES DIAMANTES!

Às vezes, penso que para algumas pessoas, é bem mais confortável e cômodo cultivar dentro de si, os ódios mesquinhos e corrosivas vinganças, que destróem e aniquilam a pureza dos teores desenvolvidos dentro da nossa alma, do que compartilhar e administrar os difíceis segmentos cognitivos gerados pela paciente aptidão do ato supremo de amar, de amar-se e de doar-se sem pré conceber, sem sub-julgar, sem magoar o nosso próximo.
Às vezes, penso que pra uns é quase que vital, destilar seus venenos, muitas vezes chegando ser até fatalmente mortais, tão corrosivos e venenosos são, contra o próximo, do que procurar lapidar as arestas da pedra bruta lascada que somos nós, tão cheios de ignorâncias mesquinhas, acreditando, dentro da cegueira gerada dentro de nós mesmos, que somos:
- Os Grandes Ases da Sabedoria!...
Oh! Quanto pequenos somos! E quanto temos ainda que aprender com o nosso próximo e muito mais ainda, com a essência da alma divina que compõe o interior de nós mesmos.
A vida é um inestimável ato sublime de amor e penso que deveríamos ir lapidando-nos, suavemente aos poucos, mas ininterruptamente, até apartar-nos das arestas das ignorâncias que sempre nos cegam e corrompe o nosso ego com os afetivos laços que cultivamos dentro dos teores dos registros de vida, gravados dentro da luz do nosso individual e eterno espírito gerado pelo Afflatus de Deus!
Devemos sempre ir cultuando e cultivando a nossa fé interior, expressando os nossos mais sublimes atos de amor para com o nosso próximo e também para com nós mesmos, até transformar-nos então, de pedra bruta lascada, em belíssimos e eternos reluzentes puros e resistentes diamantes! Pois que do pó de carbono trazido das estrelas, gerados fomos!

O MILAGRE DA VIDA

Cronica: O MILAGRE DA VIDA
Autoria: Odenir Ferro

Eu creio que falar em milagre é tocar no efémero, embora essencial, de tudo o que é mais Sagrado. E tudo o que é mais sagrado são todas as fontes geradoras de Vida!
A vida é um eterno contínuo verdadeiro milagre incessante de profunda e pro fusa e difusa essência constante baseada num teor tão simples que é a nossa sincronicidade e sintonia com a Estação Terra, esse nosso adorável Planeta que nos abriga juntamente com tudo o que nos envolve dentro da nossa Mãe Natureza!
A vida é um imenso Oceano quebrando suas magnânimas e mensuráveis ondas esverdejantes cheias de espumas esbranquiçadas, tecendo um rendilhado de profunda e inquebrantável fonte de Luz jorrada do infinito Supremo Amor incondicional doado a cada um de nós, infinitos, embora inumeráveis brilhantes em potencial de inteligente essência divinal e humana. Somos uma mistura de nós mesmos, dentro dessa imensa Árvore Genealógica que deu-nos raízes como herança de nossos Ancestrais! Vivemos transitando entre o divino e o humano residente dentro de nós mesmos. Assim somos nós! Esses seres supremos, embora tais quais iguais grãozinhos de brilhantes areias, tão ínfimos somos diante de magnânimo grandeza do Universo!
Embora pequenos gigantes que somos, quando nos unimos, somando-nos em força inteligente e pulsante, nas vibrações propagadas pelos atos do amor, geramos o equilíbrio da Paz e do zelo, carinhoso e dadivoso zelo, por tudo o que geramos, criamos e com intenso tino, amamos profundamente, seja pela nossa própria razão e satisfação pessoal, seja também por todas as pessoas que fazem parte desse gigantesco quebra-cabeças que compõe as peças que formam esse maravilhoso e quase indecifrável universo que se chama Humanidade!
Cada qual de nós, como indivíduos únicos, que somos, criados a Imagem e semelhança da Perfeição do Criador: vamos viajando dentro do Universo imensurável repleto de incontáveis estrelas, à bordo do nosso maravilhoso e confortável "Planetinha" Terra, vivendo e criando e recriando as nossas Histórias pessoais de experiências de vida, entrelaçada na grande engrenagem da Roda da Humanidade que movimenta o mundo, tecendo o rico e milenar calendário que se divide em séculos, décadas, anos, meses, dias, horas, minutos e segundos...
Criando assim, dentro do incógnito parâmetro da Luz emanada pelo Cosmos, um idealizado paradigma dentro da Luz do nosso Sol, incansável gerador da força contudora da vida para os nossos dias, contribuindo com prioridade, na composição incessante e laboriosamente traçada e, tão perfeita, dos caminhos que tecem os cenários que compõem a dinâmica da nossa História! A História da Humanidade!
O Registro da Vida na páginas literais da nossa Imortalidade, dentro desse grandioso milagre que é a Vida e o próprio ato de viver em si.

Poema: O SAL DA VIDA
Autoria: Odenir Ferro

Uma pequenina estrelinha brilha no escuro,
Da noite prateada pelo opalado caído da Lua
Que rebrilha no seu rastro de luz incandescente,
No esmeraldino verdejante do mar, enegrecido
Pela noite tão repleta de brumas acetinadas,
Caídas serenadas nas areias esbranquiçadas!

Vai deixando, nas espumadas ondas quebradas,
Uma fusão entre as águas e o areal das praias!
Meu minucioso olhar veleja navegando círculos
Num estado cauteloso e amante entre a natureza
E os bilhões de grãos de areia que brilhantes, vivem
Sempre na procura do calor do imensurável Amor,
Que vive e pulsa nas vibrações da Natureza Viva!

Tecendo "ad infinitum" o milagre da visão em cores,
Focadas dentro da Luz geradora das tantas belezas
Derramadas aos turbilhões nesse magnífico cenário
Onde o mar, constante, sempre vem saciar a sua sede
Tão sedenta sede, nesse Amor que gera o Sal da Vida!